A Dança Cristã #2ªmódulo aula3 - Técnica (Ballet)
Ballet
Ou balé ou ainda balô - é o nome dado a um estilo de dança e
a sua performance. O termo deriva do italiano ballare que significa bailar. Os
princípios básicos do balé são: postura ereta; uso do en dehors (rotação
externa dos membros inferiores); verticalidade corporal; disciplina; leveza,
harmonia e simetria.
A história do ballet
O ballet clássico é o desenvolvimento e a transformação da
dança primitiva, que baseava-se no instinto, para uma dança formada de passos
diferentes, de ligações, de gestos de figuras previamente elaborados para um ou
mais participantes. A história do ballet começou há 500 anos atrás na Itália.
Nessa época os nobres italianos divertiam seus ilustres
visitantes com espetáculos de poesia, música, mímica e dança. Esses
divertimentos apresentados pelos cortesãos eram famosos por seus ricos trajes e
cenários muitas vezes desenhados por artista célebre como Leonardo da Vinci. O
primeiro ballet registrado aconteceu em 1489, comemorando o casamento do Duque
de Milão com Isabel de Árgon.
Os ballets da corte possuíam graciosos movimentos de cabeça,
braços e tronco e pequenos e delicados movimentos de pernas e pés, estes
dificultados pelo vestuário feito com material e ornamentos pesados. Era
importante que os membros da corte dançassem bem e, por isso, surgiram os
professores de dança que viajavam por vários lugares ensinando danças para
todas as ocasiões como: casamento, vitórias em guerra, alianças políticas, etc.
Quando a italiana Catarina de Medicis casou com o rei
Henrique II e se tornou rainha da França, introduziu esse tipo de espetáculo na
corte francesa, com grande sucesso. O mais belo e famoso espetáculo oferecido
na corte desses reis foi o "Ballet Cômico da Rainha", em 1581, para
celebrar o casamento da irmã de Catarina. Esse ballet durava de 5 a 6 horas e
fez com que rainha fosse invejada por todas as outras casas reais européias,
além de ter uma grande influência na formação de outros conjuntos de dança em
todo o mundo.
O ballet tornou-se uma regularidade na corte francesa que cada
vez mais o aprimorava em ocasiões especiais, combinando dança com música,
canções e poesia e atinge ao auge de sua popularidade quase 100 anos mais tarde
através do rei Luiz XIV. Luiz XIV, rei com 5 anos de idade, amava a dança
tronou-se um grande bailarino e com 12 anos dançou, pela primeira vez, no
ballet da corte. A partir daí tomou parte em vários outros ballets aparecendo
como um deus ou alguma outra figura poderosa.
Seu título " REI DO SOL", vem do triunfante
espetáculo que durou mais de 12 horas. Este rei fundou em 1661, a Academia Real
de Ballet e a Academia Real de Música e 8 anos mais tarde, a escola Nacional de
Ballet. O professor Pirre Beauchamp, foi quem criou as cinco posições dos pés,
que se tornaram a base de todo aprendizado acadêmico do Ballet clássico.
A dança se tornou mais que um passatempo da corte, se tornou
uma profissão e os espetáculos de ballet foram transferidos dos salões para
teatros. Em princípios, todos os bailarinos eram homens, que também faziam os
papéis femininos, mas no fim do século XVII, a Escola de Dança passou a formar
bailarinas mulheres, que ganharam logo importância, apesar de terem seus
movimentos ainda limitados pelos complicados figurinos.
Uma das mais famosas bailarinas foi Marie Camargo, que
causou sensação por encurtar sua saia, calçar sapatos leves e assim poder
saltar e mostrar os passos executados. Com o desenvolvimento da técnica da
dança e dos espetáculos profissionais, houve necessidade do ballet encontrar,
por ele próprio, uma forma expressiva, verdadeira, ou seja, dar um significado
aos movimentos da dança.
Assim no final do século XVIII, um movimento liderado por
Jean-Georges Noverre, inaugurou o "Ballet de Ação", isto é, a dança
passou a ter uma narrativa, que apresentava um enredo e personagens reais,
modificando totalmente a forma do Ballet de até então. O Romantismo do século
XIX transformou todas as artes, inclusive o ballet, que inaugurou um novo
estilo romântico onde aparecem figuras exóticas e etéreas se contrapondo aos
heróis e heroínas, personagens reais apresentados nos ballets anteriores.
Esse movimento é inaugurado pela bailarina Marie Taglioni,
portadora do tipo físico ideal ao romantismo, para quem foi criado o ballet
"A Sílfide", que mostra uma grande preocupação com imagens sobrenaturais,
sombras, espíritos, bruxas, fadas e mitos misteriosos: tomando o aspecto de um
sonho, encantava a todos, principalmente pela representação da bailarina que se
movia no palco com inacreditável agilidade na ponta dos pés, dando a ilusão de
que saía do chão.
Foi "A Sífilde" - o romantismo - o primeiro grande
ballet romântico que iniciou o trabalho nos sapatos de ponta. Outro ballet
romântico, "Giselle", que consagrou a bailarina Carlota Grisi, foi a
mais pura expressão de período romântico, além de representar o maior de todos
os testes para a bailarina até os dias de hoje.
O período Romântico na Dança, após algum tempo,
empobreceu-se na Europa, ocasionando o declínio do ballet. Isso porém, não
aconteceu na Rússia, graças ao entusiástico patrocínio do Czar. As companhias
do ballet Imperial em Moscou e São Petersburgo (hoje Leningrado), foram
reconhecidas por suas soberbas produções e muitos bailarinos e coreógrafos
franceses foram trabalhar com eles.
O francês, Marius Petipa, fez uma viagem à Rússia em 1847,
pretendendo um passeio rápido, mas também tornou-se coreógrafo chefe e ficou lá
para sempre. Sob sua influência, o centro mundial da dança transferiu-se de
Paris para São Petersburgo. Durante sua estada na Rússia, Petipa coreografou
célebres ballets, todos muito longos (alguns tinha 5 ou 6 atos) reveladores dos
maiores talentos de uma companhia. Cada ballet continha danças importantes para
o Corpo de Baile, variações brilhantes para os bailarinos principais e um
grande pas-de-deux para primeira bailarina e seu partner.
Petipa sempre trabalhou com os compositores e foi Tchaicowsky
que lhe criou três dos mais Importantes ballets do mundo:
A "Bela Adormecida";
O "Quebra-Nozes";
O "Lago dos Cisnes"
O sucesso de Petipa não foi eterno. No final do século ele
foi considerado ultrapassado e mais uma vez o ballet entrou em decadência.
Chegara o momento para outra linha revolucionária, desta vez por conta do russo
Serge Diaghilev, editor de uma revista de artes que, junto com amigos artistas
estava cheio de ideias novas pronta para colocar em prática. São Petersburgo
porém não estava pronta para mudanças e ele se decidiu por Paris, onde começou
por organizar uma exposição de pintores russos, que foi um grande sucesso.
Depois promoveu os músicos russos, a ópera russa e
finalmente em 1909 o ballet russo. Diaghilev trouxe para a audiência francesa
os melhores bailarinos das Companhias Imperiais, como Ana Pavlova, Tamara
Karsaviana e Vaslav Nijinsky e três grandes ballets sob direção de um jovem
brilhante coreógrafo Mikhail Fokine, a quem a crítica francesa fez os melhores
comentários. Os russos foram convidados a voltar ao seu país em 1911 e
Diaghielev formou sua própria Companhia, o "Ballet Russo", começando
uma nova era no ballet.
Nos dezoito anos seguintes, até a morte de Diaghilev, em
1929, o Ballet Russo encantou plateias na Europa e América, devendo a sua
popularidade à capacidade do seu criador em descobrir talentos novos,
fragmentou-se depois por todo o mundo. No momento atual as peças de ballet são
cheias de variedades e contrates. Trabalhos antigos como "Giselle" e
o mundo inteiro ao lado de outros, como os baseados em romances de Shakespeare
e ainda criações recentes assinadas por coreógrafos contemporâneos e dançadas
também por bailarinos do nosso tempo.
Qual será próximo passo? Na sua longa história, o ballet
tomou muitas direções diferentes e, por ser uma arte muita viva, ainda continua
em mudança. Mas, apesar das novas danças e das tendências futuras existe e
existirá sempre um palco e uma grande audiência para os trabalhos tradicionais
e imortais.
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