A Dança Cristã #2ªmódulo aula4 - Técnica (A Dança Moderna)
A Dança Moderna
A Dança Moderna, emergida nos últimos anos do século XIX e
firmada nos primeiros anos do século XX, tem raízes e intenções bem distintas.
Os bailarinos dançam descalços, trabalham com contrações, torções, desencaixes,
lesões etc. Seus movimentos são mais livres, embora ainda respeitem uma técnica
organizada. Recusa o apoio nas pontas dos pés como um catalisador dos
movimentos e coloca o eixo de seu trabalho no tronco, no contato, na queda, na
improvisação, na respiração, no movimento da coluna e das articulações, em
diferentes graus de tensão/relaxamento muscular, e também o trabalho no chão.
Entre os principais artistas que começaram este movimento
estão as americanas: Loie Fuller (1862–1928), Isadora Duncan (1877–1927), Ruth
St Dennis (1879–1968) E Martha Graham (1894–1991); o suíço Emile Jacques
Dalcroze (1865–1950); a alemã Mary Wigman (1886–1973) e o húngaro Rudolf von
Laban (1879–1958). Com técnicas e estilos muito diferentes, o que tinham em
comum era a insatisfação com as opções disponíveis para bailarinos em sua época
e seu objetivo último era transmitir ao seu público um senso de realidade
interior e exterior.
Na América do Norte, a dança moderna recebeu grande
influência dos estudos do ator e pesquisador francês François Delsarte
(1811-1871). Suas investigações podem ser condensadas em seus dois grandes
princípios: A Lei da Correspondência e a Lei da Trindade. Uma aluna de Delsarte
(Mme. Harvey) levou os ensinamentos do mestre até a Denishawn School, escola de
dança fundada por Ruth Saint Dennis e Ted Shawn. Esse último iniciou sua
carreira com o estudo do Delsartismo. A grande iniciadora da dança moderna
americana foi Isadora Duncan, mas a primeira técnica estruturada foi a de
Martha Graham, criada nos anos 20 e 30 do século XX. Este estilo procura dar
mais ênfase aos sentimentos, aos sonhos, tentando teatralizá-los ao máximo
através de movimentos corporais.
Depois de Martha Graham, vieram outros nomes que
enriqueceram ainda mais o cenário da época: Doris Humphrey, Lester Horton, José
Limon entre outros. Suas técnicas encontram-se em alguns pontos, mas divergem
muito. E suas escolas continuam a existir muito fortemente nos Estados Unidos,
um dos berços da Dança Moderna. Esta foi muito afastada pela Dança
Contemporânea, mas voltou ao seu lugar depois de 3 anos.
Principais nomes da Dança Moderna nos EUA: Isadora Duncan,
Martha Graham, Ruth Saint-Dennis, Ted Shawn, Charles Weidman, Doris Humphrey,
Loïe Fuller.
Na Alemanha, o grande influenciador da dança moderna foi o
músico e pedagogo suiço Émile Jacques-Dalcroze (1865-1950). Seu método,
conhecido como A Ritmica, fez grande sucesso na Europa, especialmente na
Alemanha, através de Mary Wigman (1886-1973), que é considerada a fundadora da
Escola Germânica.
Mary Wigman foi aluna de Dalcroze, recebeu influência do
sexo na pintura de Emil Nolde, pintor expressionista alemão, o que a levou a
introduzir máscaras nas suas danças. Essa inserção tinha o intuito de conferir
ao bailarino uma impessoalidade. Sua outra importante influência veio dos
princípios básicos de Rudolf Laban, outro expoente da dança alemã, de quem foi
aluna de 1913 a 1919.
A dança de Wigman espelha o destino trágico do ser humano,
da humanidade em geral (ressalte-se que a vida de Wigman foi marcada pelas duas
grandes guerras). Ela busca um sentido divinatório. Mas não há leveza nem
brilho, mas sim concentração e poder de expressão e todos os movimentos têm
como ponto de partida o tronco. Ela considerava a música um meio indispensável
entre ritmo corporal e mental, contudo acreditava que o ritmo sonoro não deve
comandar o ritmo mental. Chegou mesmo a coreografar sem música, em sua primeira
grande coreografia - Hexentanz (a dança das feiticeiras) -usando apenas o som
das batidas dos pés no chão. Também introduziu elementos de percussão.
Principais nomes da Escola Germânica: Mary Wigman, Rudolf
Von Laban, Kurt Jooss e sua importante coreografia A Mesa Verde, Alwin
Nikolais, Susan Burg Carlson.
A geração moderna
As convulsões sociais e artísticas do final dos anos 1960 e
1970 sinalizaram ainda mais radicais da dança moderna. Dança moderna é hoje
muito mais sofisticada, tanto em técnica como em tecnologia, a tal ponto que
começou a ser dançada pelos bailarinos clássicos. Os bailarinos nessas danças
são inteiramente compostos de espírito, alma, coração e mente.
A preocupação com os problemas sociais e da condição do
espírito humano ainda está lá, mas questões são apresentadas com uma
teatralidade que teria chocado muitos dos primeiros bailarinos modernos, tão
preocupados em se estabelecerem como sérios artistas.
A essência da dança moderna é a de olhar para a frente, não
para trás. O conflito entre balé e dança moderna contempla como se vai
continuar a enriquecer ambas as formas, sem que se percam suas identidades no
processo. É impossível prever o que a Dança Moderna irá tornar-se no futuro,
mas, se as modificações ocorridas durante os próximos 50 anos são tão radicais
como as que ocorreram durante os últimos 50, a Dança Moderna poderá encarar
momentos surpreendentes.
A dança moderna no Brasil
Com a Segunda Guerra Mundial chegaram ao Brasil diversos
artistas renomados que procuraram escapar deste conflito, trazendo consigo
novas ideias no campo estético que contribuíram para a divulgação das propostas
modernas de dança no país.
Luiz Arrieta, Maria Duschenes, Marika Gidali, Maryla Gemo,
Nina Verchinina, Oscar Araiz, Renée Gumiel e Ruth Rachou.
A maioria se instalou no eixo Rio - São Paulo, colaborando
através de seus ensinamentos para a formação de uma nova geração de dançarinos
conectados às propostas da dança moderna.
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